Riscos Urbanos

Riscos de Cheias e Inundações

As cheias são fenómenos naturais temporários resultantes de eventos meteorológicos extremos, que consistem em precipitações repentinas de elevada intensidade ou numa precipitação moderada e persistente. Este aumento de precipitação tem como consequência o aumento dos caudais de rios e ribeiras, provocando uma subida do nível da água e o aumento da velocidade de escoamento. As cheias também podem ser causadas por ação do homem como, por exemplo, a descarga de barragens. Todos estes fatores são causas para o transbordo do leito normal dos cursos de água e inundação das margens e terrenos ribeirinhos. A perigosidade aliada às consequências existentes para a saúde, atividade económica, património e ambiente definem o risco associado às zonas inundáveis.

mapa

É muito importante prevenir e mitigar o efeito que as cheias podem ter, uma vez que este fenómeno pode levar à perda de bens e de vidas, afetando de forma negativa a população e a economia da região inundada. O projeto DISASTER, desenvolvido por uma parceria entre o Centro de Estudos Geográficos (IGOT-UL), o Centro de Estudos da Universidade de Coimbra, o Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o Instituto Dom Luís da Universidade de Lisboa, teve como objetivo a avaliação do risco para mitigação dos desastres. Neste projeto foi realizado o levantamento de ocorrências de cheia e deslizamentos de terra, entre o fim do seculo XIX e a primeira década do seculo XXI, onde tenha havido algum tipo de vítima: mortos, desaparecidos, feridos ou desalojados.

O concelho de Odivelas tem zonas que são potencialmente inundáveis, estando as áreas de maior risco no fundo do vale do Rio da Costa e no sector terminal do fundo de vale da Ribeira de Odivelas. Com o auxílio da base de dados do Projeto DISASTER, verificou-se que estão registadas um total de 31 ocorrências de cheias, que provocaram 96 mortos, 359 evacuados e 1057 desalojados no concelho. Portanto, a população, a economia, as infraestruturas, o edificado e o património do concelho de Odivelas estão suscetíveis de sofrer efeitos negativos associados a potenciais cheias.

Entre as cheias mais recentes, podemos citar as que ocorreram em 1967 e em 2008.

Cheias de 1967 (à esquerda) e de 2008 (à direita).

Prevenir as inundações associadas às cheias é muito importante. É a partir do outono que a Proteção Civil começa a analisar a possibilidade de ocorrência de cheias em Portugal, uma vez que é nessa altura do ano que começa a época das chuvas, que se prolonga até à primavera. A prevenção pode dividir-se em 2 fases: a previsão e a monotorização. A fase da previsão permite a antecipação de ações de mitigação. Geralmente é possível prever uma cheia através de observações meteorológicas e, caso se aplique, do conhecimento das descargas das barragens. Com estas informações consegue-se avisar com antecedência a população através dos vários meios de comunicação social e de publicação na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). No entanto nem sempre é possível avisar a população atempadamente como, por exemplo, nos casos de ocorrência de inundação provocados por instabilidades atmosféricas repentinas e de difícil previsão. A fase da monotorização possibilita a deteção e o conhecimento do grau de gravidade da situação a cada momento.

Face ao crescimento das áreas urbanizadas no concelho de Odivelas, foram também adotadas algumas medidas para mitigar os efeitos que uma inundação repentina pode ter, tais como:

    • Melhoria dos sistemas de drenagem das águas residuais e pluviais;
    • Aumento da secção dos canais fluviais;
    • Fixação das margens com recurso a diques artificiais;
    • Construção de gabiões (muros que são permeáveis) nas margens dos cursos de água para facilitar a drenagem dos terrenos e impedir deslizamento das margens.
    • Construção de degraus artificiais no fundo dos canais com o objetivo de diminuir a velocidade do escoamento de água;
    • Alteração do local de confluência do Rio Costa com a Ribeira de Odivelas.


Para uma mitigação eficaz dos efeitos de inundação, também é necessário fazer a manutenção e limpeza de algumas das estruturas mencionadas anteriormente. Caso note falta de manutenção ou situações que dificultem o bom escoamento (por exemplo, entupimento de sargetas, pouca inclinação nos sistemas/canais de escoamento, etc.), deve reportar estas situações para que as mesmas sejam resolvidas/corrigidas rapidamente.

Os habitantes das zonas em leitos de cheia podem adotar medidas de autoproteção e de segurança para mitigar os efeitos negativos das inundações, antes, durante e depois das mesmas ocorrerem. Algumas das medidas passam por identificar pontos altos onde seja possível uma pessoa refugiar-se, ter um estojo de emergência, uma reserva de água potável e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias.



REFERÊNCIAS

Duarte, A., Borges, B., Ramos, C., Pedro, P., & Pancada, R. (2005). Cheias rápidas em áreas urbanas e sua percepção: o caso da bacia da Rª de Odivelas. X Colóquio Ibérico de Geografia, Évora.


Equipa DISASTER (n.d.). Projecto DISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008). Disponível em http://riskam.ul.pt/disaster/index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=4.


Equipa DISASTER (2012). Perfil do Concelho de Odivelas. Projecto DISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008).

Disponível em http://riskam.ul.pt/disaster/images/perfil_concelho/odivelas.pdf.


Equipa DISASTER (2012). Web-SIG DISASTER. DISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008). Disponível em http://riskam.ul.pt/disaster/index.php?option=com_content&view=article&id=10&Itemid=11.


http://www.prociv.pt/pt-pt/RISCOSPREV/RISCOSNAT/CHEIAS/Paginas/default.aspx#!#collapse-0 


https://rea.apambiente.pt/content/risco-associado-%C3%A0s-zonas-inund%C3%A1veis 


https://www.cm-odivelas.pt/cmodivelas/uploads/document/file/5769/medidas_de_protecao.pdf

  

É muito importante prevenir e mitigar o efeito que as cheias podem ter, uma vez que este fenómeno pode levar à perda de bens e de vidas, afetando de forma negativa a população e a economia da região inundada. O projeto DISASTER, desenvolvido por uma parceria entre o Centro de Estudos Geográficos (IGOT-UL), o Centro de Estudos da Universidade de Coimbra, o Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o Instituto Dom Luís da Universidade de Lisboa, teve como objetivo a avaliação do risco para mitigação dos desastres. Neste projeto foi realizado o levantamento de ocorrências de cheia e deslizamentos de terra, entre o fim do seculo XIX e a primeira década do seculo XXI, onde tenha havido algum tipo de vítima: mortos, desaparecidos, feridos ou desalojados.

O concelho de Odivelas tem zonas que são potencialmente inundáveis, estando as áreas de maior risco no fundo do vale do Rio da Costa e no sector terminal do fundo de vale da Ribeira de Odivelas. Com o auxílio da base de dados do Projeto DISASTER, verificou-se que estão registadas um total de 31 ocorrências de cheias, que provocaram 96 mortos, 359 evacuados e 1057 desalojados no concelho. Portanto, a população, a economia, as infraestruturas, o edificado e o património do concelho de Odivelas estão suscetíveis de sofrer efeitos negativos associados a potenciais cheias.

Entre as cheias mais recentes, podemos citar as que ocorreram em 1967 e em 2008.

Cheias de 1967 (à esquerda) e de 2008 (à direita).

Prevenir as inundações associadas às cheias é muito importante. É a partir do outono que a Proteção Civil começa a analisar a possibilidade de ocorrência de cheias em Portugal, uma vez que é nessa altura do ano que começa a época das chuvas, que se prolonga até à primavera. A prevenção pode dividir-se em 2 fases: a previsão e a monotorização. A fase da previsão permite a antecipação de ações de mitigação. Geralmente é possível prever uma cheia através de observações meteorológicas e, caso se aplique, do conhecimento das descargas das barragens. Com estas informações consegue-se avisar com antecedência a população através dos vários meios de comunicação social e de publicação na página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). No entanto nem sempre é possível avisar a população atempadamente como, por exemplo, nos casos de ocorrência de inundação provocados por instabilidades atmosféricas repentinas e de difícil previsão. A fase da monotorização possibilita a deteção e o conhecimento do grau de gravidade da situação a cada momento.

Face ao crescimento das áreas urbanizadas no concelho de Odivelas, foram também adotadas algumas medidas para mitigar os efeitos que uma inundação repentina pode ter, tais como:

• Melhoria dos sistemas de drenagem das águas residuais e pluviais;
• Aumento da secção dos canais fluviais;
• Fixação das margens com recurso a diques artificiais;
• Construção de gabiões (muros que são permeáveis) nas margens dos cursos de água para facilitar a drenagem dos terrenos e impedir deslizamento das margens.
• Construção de degraus artificiais no fundo dos canais com o objetivo de diminuir a velocidade do escoamento de água;
• Alteração do local de confluência do Rio Costa com a Ribeira de Odivelas.

Para uma mitigação eficaz dos efeitos de inundação, também é necessário fazer a manutenção e limpeza de algumas das estruturas mencionadas anteriormente. Caso note falta de manutenção ou situações que dificultem o bom escoamento (por exemplo, entupimento de sargetas, pouca inclinação nos sistemas/canais de escoamento, etc.), deve reportar estas situações para que as mesmas sejam resolvidas/corrigidas rapidamente.

Os habitantes das zonas em leitos de cheia podem adotar medidas de autoproteção e de segurança para mitigar os efeitos negativos das inundações, antes, durante e depois das mesmas ocorrerem. Algumas das medidas passam por identificar pontos altos onde seja possível uma pessoa refugiar-se, ter um estojo de emergência, uma reserva de água potável e alimentos enlatados para 2 ou 3 dias.

REFERÊNCIAS

Duarte, A., Borges, B., Ramos, C., Pedro, P., & Pancada, R. (2005). Cheias rápidas em áreas urbanas e sua percepção: o caso da bacia da Rª de Odivelas. X Colóquio Ibérico de Geografia, Évora.

Equipa DISASTER (n.d.). ProjectoDISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008). 

Equipa DISASTER (2012). Perfil do Concelho de Odivelas. Projecto DISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008).

Equipa DISASTER (2012). Web-SIG DISASTER. DISASTER – Desastres naturais de origem hidro-geomorfológica em Portugal: base de dados SIG para apoio à decisão no ordenamento do território e planeamento de emergência (FCT – PTDC/CS-GEO/103231/2008).